Por:
Ilo Jorge de Souza Pereira – Especialista em Gestão Pública
Nos
últimos seis anos, a gestão da iluminação pública foi
modernizada, tornando o sistema de manutenção mais ágil e
atendendo aos pedidos dos cidadãos em um prazo máximo de 48 horas.
Em paralelo, foi iniciado um programa de revitalização e melhorias
com a troca de equipamentos antigos, com vida útil vencida, por
novos equipamentos de tecnologia mais avançada e maior eficiência.
O
progresso na gestão de iluminação pública começou a ser
percebido e, principalmente, aprovado pela população Pitimbuense.
Esta junção de ações faz com que, sem sombra de dúvidas, Pitimbu
seja considerada modelo de iluminação pública no litoral sul. O
exemplo emblemático deste processo é a iluminação do centro de
Pitimbu e do distrito de Acaú. Esta antiga e escura localidades
deram lugar a avenidas urbanizadas e extremamente bem iluminadas.
Ficou evidente que um bom projeto de iluminação valoriza o espaço
urbano.
Como
foi identificada a necessidade do plano diretor de iluminação para
a cidade?
Na maioria das cidades brasileiras a iluminação não era um serviço oferecido à população pelas prefeituras e sim pela concessionária de energia elétrica, no nosso caso, a Energisa. Com o Art. 149 da Constituição Federal de 1988, essa atribuição passou a ser dos municípios, que herdaram um parque luminotécnico antigo e defasado, no que se refere à tecnologia hoje existente.
Com
o passar do tempo, vimos que eram necessárias melhorias nestes
serviços, bem como nas instalações. A partir deste momento
chegamos à conclusão que precisaríamos traçar metas e nos
organizar de maneira sistemática para tomar atitudes concatenadas e
ordenadas. Então surgiu a ideia do Plano Diretor de Iluminação,
que estamos concluindo.
O objetivo é traçar metas e diretrizes para a iluminação da cidade, harmonizando a iluminação com seus planos urbanísticos. Com isto, o Plano Diretor de Iluminação fortalece o Plano Diretor de Desenvolvimento da Cidade de Pitimbu, onde será detalhadas as características de cada região e cada distrito da cidade.
Como
são priorizados os locais para realizar projetos de iluminação?
Em um primeiro momento, não existe uma prioridade pré-definida. O que fica claro é que, sempre que uma região, bairro ou avenida for reurbanizada, a iluminação deste local deverá estar dentro das premissas do Plano Diretor de Iluminação.
Qual
a estratégia para desenvolver o plano diretor de iluminação para a
cidade e, principalmente, fazê-lo prosperar a ponto de mantê-lo por
mais de um mandato?
Primeiro, foi avaliada a qualidade e o tipo de iluminação das ruas da cidade, com a medição da luminância e da iluminância destes logradouros. Após a discussão e o diagnóstico da situação, foram definidos os critérios e o tipo de iluminação ideal para cada ambiente da cidade. A equipe de elétrica da Secretaria de Infraestrutura ajudou neste processo de definição dos parâmetros da cidade e esteve presente em várias etapas do desenvolvimento da iluminação em Pitimbu.
Agora, a estratégia para que plano diretor de iluminação prospere é fazer com que ele seja aceito e conhecido tanto internamente, pela administração municipal, como pela população da cidade. É essencial trabalhar para que o plano diretor de iluminação não se torne um simples caderno bonito, guardado da sala do administrador. Todos devem estar atentos, cobrando e sentindo os efeitos das melhorias que o mesmo proporciona.
Para
o município, qual a vantagem de investir em iluminação em relação
a outros investimentos também necessários, como saúde, educação
e segurança pública, que podem ser muito mais perceptíveis para o
conjunto da população?
Os investimentos municipais são pensados de forma holística: tudo é importante, tudo se faz necessário e urgente. A vantagem da iluminação pública é que há um tributo específico arrecadado de forma legal pelo município denominado de Contribuição Sobre Iluminação Pública – COSIP, para arcar com as despesas de energia elétrica referentes à iluminação, à manutenção do Parque Elétrico, bem como a sua melhoria. Esta verba permite direcionar os investimentos na iluminação, pensando em um modelo que atenda da melhor maneira as demandas da sociedade e que retorne os benefícios do tributo para a população Pitimbuense.
E
como a população reage a uma nova iluminação?
A reação da população é imediata, pois a melhoria da iluminação é impactante. A percepção é notória, não há como passar despercebida. Sem sombra de dúvida, com a melhoria da iluminação, há um aumento significativo na sensação de segurança. Com um ambiente mais iluminado, as pessoas voltam às ruas, caminham pelo bairro e frequentam mais o comércio local e a orla marítima. Este aumento de movimentação faz com que os marginais dali se evadam.
E
da importância da iluminação bem concebida e da eficiência
energética?
Quando falamos em iluminação interna, creio que já existe uma grande conscientização dos arquitetos quanto à eficiência energética em seus projetos. Mas quando o tema é iluminação pública, esta preocupação começa a aparecer. Atualmente, não falamos mais em iluminação pública, mas sim em iluminação urbana.
Quando falamos em iluminação interna, creio que já existe uma grande conscientização dos arquitetos quanto à eficiência energética em seus projetos. Mas quando o tema é iluminação pública, esta preocupação começa a aparecer. Atualmente, não falamos mais em iluminação pública, mas sim em iluminação urbana.
É
preciso fazer um projeto equilibrado, pensando no bem estar da
população, na escolha eficiente dos equipamentos a serem
instalados, preocupando-se com a sua sustentabilidade, qualidade e
vida útil.
Quais
os critérios técnicos que são a base do plano diretor de
iluminação ?
O principal pilar do Plano Diretor de Iluminação de Pitimbu é a qualidade da luz. A hierarquia dos eixos de ligação, das avenidas e logradouros se dá pela temperatura de cor. A partir de então, foram definidos para cada um destes componentes a sua temperatura de cor ideal. A próxima etapa foi a especificação dos tipos de materiais a serem utilizados.
Uma
grande preocupação foi não definir qual o tipo de equipamento
(LED, lâmpada vapor metálico, lâmpadas de bulbo cerâmico e
lâmpadas de sódio), mas sim a temperatura de cor ideal para cada
local da cidade, pois assim o plano
diretor de iluminação não
fica engessado, refém de uma única tecnologia.
Pitimbu
pretende integrar a iluminação a LED no futuro?
Já temos utilizado a tecnologia LED em algumas iluminações cênicas e de destaque na cidade de Pitimbu. No futuro o LED estará difundido também na iluminação viária, este deverá ser um caminho sem volta. Pitimbu tem algumas ruas em teste com iluminação a LED, no entanto, é difícil vislumbrar uma cidade toda com essa tecnologia, pois o Brasil tem alguns limitadores que dificultam a sua instalação.
Um
deles é o fato de que 90% da iluminação das cidades brasileiras se
dá nos postes das concessionárias, cujas distâncias entre si são
grandes e quase sempre os vãos não são iguais. Isto dificulta
muito um projeto com tecnologia LED.
Outro fator preponderante é que esta nova tecnologia ainda está avançando e de forma rápida. Por causa do LED (Luz Emitida por Diodo), não falamos mais em lâmpadas - agora o conceito é fonte de luz controlada eletronicamente. Logo é preciso esperar que estes avanços se estabilizem. Ainda mais quando a questão é a administração pública, que implica no risco de instalar uma determinada tecnologia que logo estará defasada. Isto não quer dizer, ser contra o uso do LED, só entendo ainda um pouco prematura a aplicação maciça desta tecnologia.
A
iluminação e ambientação noturna de Pitimbu como está ?
Com
o novo conceito de iluminação, aplicado na cidade, Pitimbu
está se tornando um município muito mais agradável e seguro
durante a noite. Há uma harmonia nos espaços urbanos, algo que nos
enseja a vontade de sair à noite para caminharmos, para curtir e
aproveitarmos melhor a cidade no período noturno e principalmente
nas áreas urbanas do litoral.