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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Álcool celulósico



Pesquisadores desenvolvem estratégia para obter álcool celulósico

O desafio dos pesquisadores é tornar a extração mais barata.
O aumento da produção brasileira do etanol sem a necessidade de alterar a extensão das plantações de cana-de-açúcar pode está muito próximo. Uma equipe do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas, desenvolve uma nova estratégia de aproveitamento da palha e do bagaço, descartados na produção do biocombustível.

O novo método tem como base a utilização do plasma e pode aumentar em até 40% a produção de álcool. O projeto tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).A obtenção do álcool celulósico é conhecida e já foi utilizada na Segunda Guerra Mundial.

 Mas o produto não chegou ao mercado por ser obtido por meio de processos caros.O desafio dos pesquisadores é tornar a extração mais barata. Existem dois métodos conhecidos capazes de decompor a celulose, mas eles ainda são economicamente inviáveis para os produtores.Um dos processos é o químico, no qual são utilizados ácidos para quebrar as ligações químicas e libertar os açúcares existentes na palha e bagaço. O outro, é biológico. Neste, são utilizadas enzimas encontradas nos aparelhos digestivos de cupins e animais ruminantes para decompor as moléculas.

Além de já trabalhar em pesquisas com os métodos químicos e biológicos, o CTBE é pioneiro em uma nova vertente, que é liberação de açúcares da celulose por meio de bombardeio de cargas elétricas geradas por plasma, gás ionizado considerado o quarto estado da matéria. Esta seria a forma física de obtenção do etanol de segunda geração e, com estudos futuros pode se tornar uma das mais econômicas.

Com o plasma é possível controlar parâmetros como pressão e quantidade de energia para que essa descarga elétrica arrebente as moléculas com cuidado e de forma seletiva. Para o desenvolvimento do projeto, o CTBE tem um laboratório e uma equipe, sob a supervisão do físico experimental responsável Jayr Amorim Filho.

O plasma já foi aplicado em outras áreas para situações semelhantes com sucesso alto. Apesar de ser voltado para a cana-de-açúcar, o projeto poderá resultar em tecnologias para obtenção de etanol a partir da celulose de outras espécies vegetais. Dessa forma, outras regiões do país poderão produzir o etanol celulósico, ampliando o consumo do biocombustível.
 O projeto de produção do etanol plásmico, iniciado no fim do ano passado, terá duração de quatro anos e recebeu um apoio de R$ 800 mil da Fapesp.

Fonte: Gazeta de Piracicaba. Adaptado por Ilo Jorge

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